Risco – É possível empreendê-lo? *
O dólar derretendo, economia complicada, oposição enfurecida, reformas por fazer, eleições à vista e sempre perspectivas excelentes de um crescimento potencial para o Brasil, qual ou quais acontecimentos mais virão?
Não sabemos e muito menos o que eles trarão em sua esteira de bom ou de ruim.
A ideia de risco parece ter se estabelecido nos séculos XVI e XVII e foi originalmente cunhada por exploradores ocidentais ao partirem para suas viagens rumo a águas desconhecidas. Nas sociedades, de forma geral, se alguém sofre um infortúnio, ou, ao contrário, prospera (fica rico), logo se diz que essas coisas acontecem, foi sorte ou azar, ou, era o desígnio dos deuses e dos espíritos. É claro que essas ideias não desapareceram completamente com a modernização. Elas ainda têm muita influência e são usadas para respaldar importantes decisões tomadas na vida pessoal ou no mundo dos negócios.
No mundo líquido de hoje, o risco é então a dinâmica mobilizadora de uma sociedade propensa às mudanças, que deseja determinar seu próprio futuro em vez de confiá-lo à religião, à tradição ou aos caprichos da natureza.
No mundo empresarial, risco não é o mesmo que infortúnio ou perigo, ele se refere a infortúnios ativamente avaliados em relação a possibilidades futuras, podendo ter aspectos positivos (oportunidades) ou negativos (riscos).
O capitalismo moderno insere-se neste contexto ao calcular lucro e perdas futuras, portanto a oportunidade e o risco respectivamente, como um processo contínuo de empreender o risco. De fato, há muitos riscos e oportunidades no processo de empreender e, desde as suas origens, a noção de risco é sempre acompanhada pela proteção de um seguro.
O seguro destina-se a proteger contra os infortúnios e é algo só concebível quando acreditamos num futuro humanamente arquitetado e planejado. Os que fornecem seguro ou garantias, estão na realidade redistribuindo o risco. De fato, a atividade empresarial é impensável e impraticável sem esta distribuição. Atualmente a tentativa de redistribuir o risco empresarial vem se tornando ineficaz mediante ao grande número de incertezas influenciadas pelas mudanças vindas de todos os lados e pelo próprio impacto das nossas atividades.
Seja qual for a nossa perspectiva atual, os empreendedores se vêm envolvidos em uma necessidade básica do empreender cada vez mais com riscos e oportunidades. Essa necessidade universal de empreender com riscos e cada vez mais riscos, nos leva à necessidade de gerenciarmos os riscos e oportunidades.
O objetivo da Gestão de Riscos não é eliminar os riscos ou potencializar as oportunidades, mas sim entendê-los de forma a se ter benefícios com os aspectos positivos e minimizar os aspectos negativos. Isso feito de forma eficaz, pode ser uma fonte de novas oportunidades. Quando analisamos e entendemos os riscos e oportunidades, surgem as verdadeiras oportunidades.
“Sem o risco não haveria recompensa”.
A Gestão de Riscos é um processo que é estruturado de forma a perceber oportunidades enquanto gerencia-se efeitos adversos. A gestão de riscos é também uma forma de aplicar novas ideias ou inovação na empresa. Acredito que a gestão de riscos deveria ser parte integral de boas práticas de negócios, tanto nos níveis estratégicos quanto operacionais.
O principal ponto na Gestão de Riscos é avaliar a incerteza do futuro de modo a tomar a melhor decisão possível. Em geral a Gestão de Riscos é fundamento para a tomada de decisão.
Exemplos
Os serviços identificados antes da entrega de uma proposta e não previstos na mesma, têm o risco positivo que pode proporcionar uma oportunidade de melhoria nos resultados futuros e os recolhimentos inadequados dos impostos têm o risco negativo que pode comprometer resultados futuros gerando passivos financeiros.
Finalmente, é impossível adotar simplesmente uma atitude negativa ou passiva em relação ao risco. Ele sempre precisa ser identificado, planejado e acompanhado, buscando sempre que possível, empreendê-lo por melhores resultados.
A atividade empresarial é em si uma atividade inerente ao risco que por sua vez é um elemento essencial de uma economia e de uma sociedade inovadora voltada para o futuro (Anthony Giddens). Viver em uma era global significa enfrentar uma diversidade de situações de riscos. Com muita frequência podemos precisar ser ousados, e não cautelosos, afinal, uma raiz do termo “risk” no original português significa “ousar”.
Consultor, Mentor, Conselheiro e Palestrante
CEO da MGODOI Serviços Ltda
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